segunda-feira, 8 de abril de 2013






PORTIFÓLIO DO CURSO DE 100 HORAS

EPROINFO-TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO:
ENSINANDO E APRENDENDO COM AS TIC'S









CURSISTA:WALDHETT BARBOSA MATOS
TURMA DA E.E.PROFESSORA MARIA MACHADO
FORMADORA: MARIA DE LOURDES MATOS


MIRABELA/MG 








Experiência de navegar livremente



No contexto atual, em que se vive em meio a tanta correria, o tempo revela-se como algo precioso, que não se pode deixar “escorrer pelos dedos” sem que seja bem aproveitado.
Entretanto, é inegável o fato de que navegar livremente pela internet nos traz a sensação de liberdade, pois tal ato nos permite percorrer páginas e páginas, descobrindo sempre algo novo e experimentando um prazer que o tempo tem roubado de nós.
Por outro lado, como não atribuir ao tempo o seu mérito, pois se nos tira a liberdade de navegar, a toda hora, livremente, nos acrescenta, com o passar dos anos, a experiência, a maturidade e a consciência de saber como, por onde e quando navegar.
      Contudo, no que se refere à nossa prática pedagógica, acredito que faz-se necessário que a navegação do nosso aluno, pela internet, seja orientada, pois não podemos esquecer que grande parte dos discentes ainda não possui maturidade suficiente para realizar uma navegação livre. Sendo que isso faz com que muitos se tornem dispersivos e, devido ao fato, de abrirem páginas e páginas, fujam do objetivo da pesquisa.
            Assim, melhor que navegar livremente, na nossa prática pedagógica, é navegar com consciência, segurança e com o foco realmente voltado para o caminho ou sites que nos trará a resposta que procuramos.



Hipertexto

                Como o próprio nome indica, o termo hipertexto, criado na década de sessenta, pelo americano Theodore Nelson, apresenta a função de designar o que poderia ser chamado de “um grande texto”. Tal expressão se justifica, uma vez que se refere a um texto múltiplo, em formato digital, que por meio dos links (blocos de textos, imagens, sons) remete a outros textos, possibilitando assim, o acesso a informações que complementam ou ampliam o texto inicial.
            Trata-se, sem a menor sombra de dúvida, de um valioso instrumento de aprendizagem, pois rompe com a linearidade textual e, com isso, desperta no leitor o interesse e a curiosidade de trilhar alguns dos vários caminhos ofertados. Além disso, não podemos esquecer que o hipertexto, por meios dos seus links, possibilita ao leitor suprir lacunas existentes no seu conhecimento, uma vez que ao deparar com algum termo ou assunto desconhecido, o próprio texto permite o acesso a outro texto que poderá suprir a deficiência apresentada.
Entretanto, é importante destacar a necessidade de se saber fazer uso do hipertexto, pois o leitor desavisado pode correr o risco de desviar a sua atenção para assuntos diversos que não são complementares ao foco de sua pesquisa.
Diante do exposto, resta a certeza de que o hipertexto, apesar de requerer uma atenção redobrada por parte do leitor para que esse não incorra no erro de se perder em meio a tantas informações, é uma ferramenta valiosa no processo de busca e de construção do conhecimento.



PLANO DE AULA
ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA MARIA MACHADO
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA                
 SÉRIE: 1º ano – Ensino Médio
Professoras: Waldhett Barbosa Matos
                          Maria Clarice Alves Fonseca
                          Valderice Moreira Matos


TEMA: A mulher ao longo da história

 TEMPO PREVISTO: 03 horários de 50 minutos.

 CONTEÚDO:  Análise do conto “A Gaiola”, de Augusta Faro.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  •   inferir as características, o contexto histórico e literário do gênero do conto;
  • desenvolver  a   sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade e o senso crítico;
  • apropriar do comportamento de leitor  por meio de socialização de atividades desenvolvidas pelos professores e pelos colegas;
  • apreciar a literatura explorando texto literário com seus elementos constitutivos e sua relação com o contexto de criação.


PROCEDIMENTOS DE ENSINO:

  •   pesquisa na Internet;
  • projeção de vídeo exibida no data show;
  •   trabalho em grupo;
  •   aula expositiva dialogada;
  •  apresentação de trabalhos.


RECURSOS  DIDÁTICOS:

  •   computador ligado à internet;
  •   data show;
  •   vídeo;
  •   câmera digital;
  •   folhas xerocadas;
  •   lápis;
  •   caneta esferográfica;
  • folha  sulfite.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:

Primeiro momento
Levantar-se-á o conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero conto e suas classificações. A seguir, a professora da turma fará uma abordagem sobre o enredo, as características, tempo e personagens do gênero textual em estudo.
Após a explanação dada pela professora, levar os alunos ao laboratório de informática e pedir a eles para fazer uma pesquisa sobre o tema sugerido: “A mulher ao longo da história”, estabelecendo um prazo de aproximadamente, trinta minutos, para que eles possam fazer as anotações mais importantes e concluir os dados da pesquisa.
Todas as ações e envolvimento dos alunos, dentro do laboratório, serão observados e registrados pelos professores.

Segundo momento
Retornar à sala de aula.  Usando o data show a professora apresentará o vídeo:" A História das Mulheres”, de curta duração. Após a exibição desse, provocar uma discussão com os alunos sobre a temática enfocada no vídeo enfatizando, sobretudo, o papel da mulher ao longo da história.Todas as participações e procedimentos dos alunos em relação a aula serão registrados.

Terceiro momento
Distribuir para os alunos uma cópia xerocada do conto “A GAIOLA”, da autora Augusta Faro; pedir a eles para ler, discutir e analisar a representação da mulher dentro desse conto. A professora deverá orientá-los a fazer a leitura do texto compartilhando ideias e opiniões. Possibilitar a eles um tempo satisfatório para que eles possam ler e discutir entre si.
O momento deverá também ser observado e registrado pelos professores.

Quinto momento
A professora mediará um debate no qual os alunos usando como embasamento teórico o conto escrito, a pesquisa e o vídeo, farão a socialização dos trabalhos da aula daquele dia. A estratégia é definir a importância da representação feminina, comparando o tema em cada gênero estudado, conduzindo-os a ter uma visão crítica sobre a representação da mulher na sociedade ao longo da história.
Solicitar aos alunos que façam também a socialização extraclasse, uma vez que a maioria possui página no facebook.

Avaliação

Participação e a interação do aluno em todas as etapas das atividades.


RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA
Atividade sugerida para ser realizada no laboratório de informática: pesquisa
            Essa atividade foi desenvolvida com uma turma de alunos do 1º ano do Ensino Médio da E. E. Professora Maria Machado, os quais muito contribuíram para a realização deste trabalho. A proposta foi trabalhar gênero e as características do conto abordando o tema: “A mulher ao longo da história”, por ser um tema de grande amplitude elaboramos um roteiro para subsidiá-los na busca de informações na internet. A professora da turma já havia introduzido o conteúdo e nossa colaboração foi apenas na atividade prática no laboratório.
            1- Como era vista a mulher na sociedade patriarcal?
            2- Qual o perfil da mulher contemporânea?
            3-Atualmente, qual a participação da mulher nos espaços de poder? A posição ocupada pelo sexo feminino sempre foi a mesma ou sofreu alteração ao longo da história?
            4-Listar alguns nomes de mulheres que contribuíram para a cultura no Brasil                   (escritoras, artistas...).
             Foi surpreendente o envolvimento dos alunos na realização dessa tarefa, apenas uma das equipes precisou de intervenção da professora, mas quando entendeu o assunto prosseguiu sem nenhuma dificuldade. Navegaram por vários sites sem se perderem ou desviarem do assunto; descobriram informações relevantes sobre o tema proposto. Além disso, cada equipe investigava seguramente sobre o tema buscando pontos de vista diferenciados, fizeram anotações de vários autores que escreveram a respeito da temática, chegando a conclusões interessantes.          
            Quanto ao relacionamento entre as equipes, durante o trabalho, foi harmonioso e perfeito, pois houve uma colaboração recíproca entre os componentes.
            Em se tratando de ambiente, não podemos dizer o melhor, uma vez que o laboratório de informática da escola está localizado num espaço físico muito pequeno, portanto não deu para acomodar adequadamente a todos. Sendo que, alguns alunos permaneceram em pé durante a pesquisa, contudo se dispuseram a fazer a atividade com muito interesse. Quanto aos computadores, todos estavam funcionando bem.
A pesquisa no laboratório durou aproximadamente cinquenta minutos. Em seguida, retornamos à sala de aula e fizemos a projeção de um vídeo de curta duração: “História das mulheres”, de Jhony Skeika, disponível no site http://www.youtube.com/watch?v=_PJ0zyTF414, cujo assunto está relacionado com o tema da pesquisa e do conto a ser analisado posteriormente.
Logo após a exibição do vídeo, foi distribuída uma folha xerocada do conto “A Gaiola”, de Augusta Faro, para que eles pudessem ler o texto, discutir e realizarem anotações sobre a representação da mulher no conto em questão.
Em um momento posterior, foi realizado um debate, no qual os alunos fizeram colocações acerca da imagem feminina no conto analisado estabelecendo relações com a pesquisa realizada e o vídeo assistido.   
            Acreditamos que o objetivo proposto foi alcançado, pois houve entusiasmo, envolvimento, interesse e participação de todos; inclusive postagens no facebook pelos alunos acerca do trabalho desenvolvido.
            Vale ressaltar que, foi sugerida, por alguns alunos, a realização de mais aulas como as que foram realizadas no decorrer desse trabalho.
            Com relação às possibilidades de uso dessa aula por outras disciplinas, observamos que a temática do conto, vídeo e a pesquisa desenvolvida no laboratório de informática, bem como os procedimentos adotados, poderiam ser facilmente adaptados para outros contextos como as disciplinas: História, Sociologia e Filosofia, bem como nas extensões de séries do segundo e terceiro anos do Ensino Médio. Sendo que Filosofia abordaria a questão da emoção e a razão nos gêneros; História trabalharia a posição ocupada pela na mulher na sociedade patriarcal e a que ela ocupa na contemporaneidade; já na disciplina de Sociologia, exploraria como era a família na sociedade patriarcal, enfatizando a questão dos grupos sociais.
           


REGISTRO FOTOGRÁFICO DA AULA PRÁTICA
 

























 


CONTO 

 A GAIOLA


Porque minhas tranças estavam macias e lustrosas, a pele de meu rosto sabia a fruta veludosa, fresca e furta-cor, deitei-me naquele dia sob a telha de vidro da gaiola, na longa rede cheirosa de sabão preto feito em casa mesmo. Foi esse o início de um destino esquerdo, que me marcou a testa a fogo e me fez arrastaruma banda do coração como um toco de carne empedrado pela vida afora. Daí mais um pouco fui embranquecendo os fios do cabelo da fronte, e meus olhos acharam por bem esburacarem-se parecendo por fim a dois lagos meio verdes meio azuis, esfumaçados pela neblina que saía da chaminé daquela casa onde, à beira do fogão, encostei meu umbigo temperando as sopas dos meninos e pondo o leite pra ferver, porque desde cedo me secaram as tetas e o jeito era recorrer ao leite das cabras do quintalão de pedras e, também, porque minha bisavó, que ainda falava e orava com um fio de voz e se cobria num canto do quarto escuro, como uma mancha no ermo, dizia e repetia que crianças de dentes fortes e olhos vivos devem beber leite de cabra já que as mães se secam muito cedo, por dentro e por fora de tanto arrancarem pedacinhos de carne e sustança do suco de ossos e sangue para sovar o dia do marido que vem chegando, levantando a voz como se nascesse rei e o bando de filhos seus primeiros súditos.
E alisava o bigode e a traseira das ajudantes da mãe de olhos afundados e sempre prenhe e murchada no silêncio, e mesmo que se desse corda nos relógios, eles pouco diziam.
Naquele atropelo, nem sabia mais se seria eu aquela de tranças macias, com enormes riscos de fio de ouro ou se era aquela da parede suspensa na fotografia oval de minha tia, já entrada em anos, tendo um xale preto nos ombros e um véu cheio de buraquinhos e muito escuro lhe tapando o olhar e de fora os beiços que mais se afinaram, porque pararam de rir antes da hora.
E o homem de botas chegava pronto para o almoço e queria as travessas areadas na mesa de forro branco, e que não demorasse o vinho e que não fizessem barulho para não o atrapalhar a ouvir o próprio mastigar e que não interrompessem seus pensamentos sérios, porque só ele quem pensava na casa e o resto era gente feita de barro duro e mole, mas que de alguma forma servia-lhe para ajeitar a cama, o banho e as necessidades mais urgentes, porque as derradeiras podia arrumar nalguma esquina, de preferência naquelas casa onde as moças nem eram tristes nem eram alegres, mas deitavam tendo sempre um perfume adocicado nos dedos cheios de anéis de pedras de cores meio foscas, pois muitas vezes quando lavavam roupa dos filhos se esqueciam de tirá-los e deixá-los sobre a mesinha-de-cabeceira junto ao chá de erva-cidreira, que é minguador do nervoso de cada dia.
E foi entrando o tempo pra lá pra cá, tecendo um rendado feito as cortinas costuradas nas janelas da sala de visitas. E minha voz, que já pouco falava, foi emudecendo de fora para dentro e no que mais emudeci, perdi o jogo da cintura e o gosto de língua, comecei a repousar três vezes ao dia, sempre de lado, porque abriu uma rosa muito macia e dolorida do lado esquerdo; todo cuidado é pouco, se ferisse a flor, a carne de meu próprio corpo tremia tanto, que poderia cair no assoalho mais parecido a um espelho de tanta cera. Pouco é a minha valia e serventia agora e, por isto, passei a ficar no escuro, embora não chegasse nem à metade da minha bisavó, que ainda vivia e num fio de orava e danava com as coisas das quais não apetecia.
Minha mãe, por ser morena como uma índia, nunca dormia e feita de sereno não cansava de trabalhar nas tarefas de agulhas, fazendo uns panos compridos, outros coloridos e enfeitando a casa da família inteira. Ela até se misturava com o sol, que nascia e que entrava, não parando a sua labuta, a não ser por poucas, horas, quando o silêncio e os cachorros no escuro sentiam que a noite era pesada demais.
Por causa dos quefazeres todos e do aloite com a vida, minhas veias murcharam nos braços e as coisas me caíam das mãos dado à fraqueza que rodeava meus pulsos.
De vez em quando, alguém entrava no quarto e bem eu ouvia, alguém entrava no quarto e bem eu ouvia “precisa de alguma coisa?”, mas o que eu precisava ninguém me dera nunca, desde que vagi primeiro. Também a minha voz pouco queria sair e quem perguntava nem sabia se haveria resposta ou estava com pressa, já fechava a porta atrás de si, e nem que eu gritasse não ouviria mesmo. Mas eu não gritava nunca, aliás, pouco gritei enquanto mais forte.
Foi por isso que no espelho do quarto me vi pela última vez, com jeito de quem veio errado viajar no mundo.
O espelho ainda está lá pendurado, mas as janelas abriram e as moças, filhas que carreguei no ventre, se olham nele, mas não abaixam as pestanas, nem calam a boca. Pelo contrário, falam muito umas com as outras e com os homens lá delas. Até que não me preocupo mais, quase nem é preciso, porque essas moças abriram as portas e janelas, arejaram a casa e nem todas vão se deitando sob a telha de vidro enluarado nem ficam feito bonecas de louça quando lhes alisam os cabelos e os pelos. Elas abriram todas as janelas e vejo que o sol entra com vontade, deixando um rendado nas tábuas, de modo que não as fechem na gaiola nem a dependurarem no caibro mais alto da varanda, igual foi acontecido comigo e muitas mulheres de minha geração e de muitas outras gerações antes de eu nascer.

FARO, Augusta. A Friagem. São Paulo: Global, 2001.





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